quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

OsCar veículo eléctrico completa DAKAR 2012

O seguinte post apresenta um passo importante mostrando o que os veículos eléctricos são capazes de percorrer. Uma equipa da Letónia (Team Latvia) leva o primeiro carro eléctrico com extensor de autonomia a completar a mais difícil maratona do off-road, a prova DAKAR, que este ano percorreu Argentina, Chile e Peru por mais de 8000km em 15 dias de prova. As baterias de Lítio usadas têm uma autonomia de 150 a 300 km dependendo do relevo e tipo de terreno das diferentes etapas, assim, para as longas etapas de 800km o extenssor de autonomia um gerador Diesel é accionado permitindo que o OsCar termine a etapa.

 O OsCar possui dois potentes motores eléctricos de 180kW equivalentes a 245cv
O objectivo de terminar a prova foi cumprido levando o OsCar à excelente 77ª posição.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lisboa cidade de branco - Alterações Climáticas?

Uma forte corrente de ar ascende vertical e inclinadamente arrastando gotículas de humidade para elevadas altitudes encontrando partículas de gelo às quais se agregam caindo graviticamente sob a forma de granizo. São relativamente comuns estas saraivadas, contudo o que se sentiu esta tarde em Lisboa não o foi de todo, carros danificados, bueiros entupidos, inúmeras chamadas para bombeiros, um caso de hipotermia e relatos de que o que havia passado nunca antes tinha sido visto. Em climas tropicais este é um fenómeno mais frequente, contudo no nosso temperado apenas esporadicamente caem as saraivadas.


As alterações climáticas não se vêm directamente pois o pensamento e o hábito da adaptação a adversas situações progride com o afeiçoar aos acontecimentos. Tal como na velha experiência do sapo e da panela onde se um sapo for colocado numa panela de água quente, imediatamente saltará uma vez que o choque térmico lhe foi rapidamente sentido! Contudo, se o sapo for colocado numa panela a uma temperatura amena e lentamente a fizermos aquecer, então ele lá permanecerá até que o salvem da sua inocência. Não nos deixemos enganar pelo hábito e afeição a novos climas pensando que nos poderemos adaptar, Gaia mostra lentamente os escondidos picos nas alterações climáticas e certamente que a chuva de granizo em tais circunstâncias é um deles. A excessiva humidade relativa, a amena temperatura primaveril e a formação de nuvens verticais face à deslocação do vento retratam pequenas grandes anomalias no que outrora fora um clima temperado. Demos o salto...






Zona da Damaia - Lisboa

terça-feira, 26 de abril de 2011

Água: Consumo e Poluição


Rio Ave – Santo Tirso
Água:

É o bem essencial à vida, representa 70% da massa corporal dos mamíferos, contudo água potável disponível para consumo está só e  apenas a 0,024% do total de massa de água no Planeta. 97% encontra-se sob a forma salobra nos oceanos e os restantes 3% compõe: rios, lagos e vapor atmosférico 10%; 70% gelo nos glaciares e montanhas; e os restantes 20% como reservas no subsolo.
Vários problemas de abastecimento têm-se notado face ao crescimento populacional, más práticas de irrigação agrícola representam a maior fatia: cerca de (≈70%) do consumo desmedido de água deve-se à agricultura intensiva. Na sua maioria o bem é consumido da fonte não renovável dos subsolos onde água foi aprisionada durante milhares de anos por entre rochas impermeáveis. O Deserto da Arabia Saudita é exemplo desta má prática onde diariamente é consumida água do subsolo.


            Nesta figura é possível observar os muitos círculos em cultivo de cearas.

Também a Índia consome esta fonte não renovável onde a produção
massiva de arroz, chá, café e algodão tem especial importância.


            Abastecimento de água num poço local.

Como maiores perdas por evaporação especialmente em períodos de seca poder-se-á melhorar substancialmente caso sejam aplicadas formas de rega sustentáveis como a irrigação gota a gota cuja eficiência de irrigação encontra-se em 95%. Outras formas mais simples do combate à evaporação passam pela irrigação noturna, verificação de humidade do solo de modo a regar apenas quando necessário, aplicação de poliagricultura desfrutando de diferentes vegetais no mesmo espaço de terreno, impedir a proliferação da agricultura em solos áridos insustentáveis.

Poluição agrícola:

Dizem-se águas cinzentas aquelas que deixaram de ser consideradas apropriadas para consumo, são exemplo todas as águas de esgoto. Estas traduzem um consumo elevado de água na medida em que grandes massas de água se tornam poluídas.
           Apesar da grande poluição industrial e urbana é a agricultura que mais pesa e prejudica cursos de água em duas grandes vertentes sendo o primeiro e de maior impacte quer geológico quer biológico o dos sedimentos. Más práticas agrícolas como o desrespeito dos cursos de água, cultivando sem deixar limite de leito. Em períodos de cheia, o curso de água natural é alagado, ora, e não existindo leito mas apenas solo cultivado, este será rapidamente levado pela corrente forte das águas, transportando os sedimentos para jusante  e aumentando drasticamente a erosão do solo.
        As águas tornam-se opacas face a concentrações de partículas muito elevadas, afetando de uma forma genérica todo o ecossistema a jusante que muito frequentemente é o estuário de um rio.
          A legislação Portuguesa aponta a que o leito da margem deverá fazer corresponder à maior cheia nos últimos cem anos (Lei da Água: Lei 54-2005), em números redondos, um ribeiro deverá ser conservado aproximadamente por uma margem de 20 metros e para um rio 50 metros. Contudo, na maioria das vezes estas marcas não são respeitadas, estando cada agricultor apenas interessado na maior área de cultivo disponível não notando porém nas consequências graves que dali nascem.
         A margem saudável de um leito é constituída por árvores de folha caduca como freixos e amieiros ou até carvalhos, que permitem a entrada de luz solar no Inverno e garantem sombra e frescura no verão. Pequenos arbustos e plantas aquáticas permitem o abrigo das espécies que habitam no nicho, como peixes, anfíbios, cobras e roedores, insectos e aves.
       A segunda problemática é a da excessiva fertilização agrícola. A fertilização pode ser de origem orgânica como dejetos de animais ou inorgânica com o auxilio de adubos. Ambas na maioria das vezes são amplamente utilizadas na fertilização da área agrícola e sendo aplicados em períodos de chuva e em elevadas quantidades, rapidamente são lixiviados (levados pelas águas) acabando por se depositarem em águas estagnadas causando graves problemas de eutrofização.
         Em lagos e barragens é notória a eutrofização, com o excesso de nutrientes fertilizantes ricos em Azoto e Fósforo, as águas rapidamente se tornam verdes dada a propagação de algas e cianobactérias que se propagam pelas águas  consumindo o O2 dissolvido acabando por matar todo o tipo de espécies aquáticas que precisem desta fonte para sobreviver. As plantas do fundo do lago são destruídas uma vez que a cor verde intensa e opaca à luz solar impede a fotossíntese essencial ao metabolismo acabando por levar à morte toda a zona subaquática.
        A solução desta problemática passa pela aplicação do fertilizante nas doses certas e indicadas a cada cultivo, nunca sendo excessivas e aplicados em períodos secos para que melhor possam ser incorporados no solo.
          Assim estes tipos de poluição contribuem para o consumo de águas que outrora foram potáveis e representam a grande fatia do consumo de água global. A aplicação de uma agricultura sustentável, essencial e destinada ao consumo meramente da população humana deverá ser o caminho a tomar contrapondo o cultivo vegetal destinado à produção animal para o consumo de proteína e mais recentemente na produção de biocombustíveis. Este ultimo representa um mercado fortemente em expansão face aos atuais preços de combustível petrolífero.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Aquecimento Global e as Alterações Climatéricas Associadas

A revolução industrial Inglesa datada por meados do séc. XVIII com expansão mundial ao longo séc. XIX trouxe-nos a era do carvão e mais recentemente do petróleo refinado embora o carvão esteja ainda em forte expansão em países em desenvolvimento como a China onde abre uma nova central eléctrica por combustão deste material vegetal com 200 a 300 milhões de anos do período Carbónico a uma média de duas por semana tendo já passado o consumo energético dos EUA em 2010. Entre vários poluentes emitidos como óxidos de enxofre e de azoto que provocam deposição e chuvas ácidas encontra-se o mais abundante dos poluentes com efeito de estufa, o dioxido de carbono.
Neste momento a concentração atmosférica média de CO2 está já nas 400 ppm v (partes por milhão ou mg/L gás) em crescimento exponencial deixando-nos numa estufa que leva ao desencadear de uma série de reações de feed back positivo aos quais não poderemos parar uma vez passado o ponto de irreversibilidade de 500ppm a atingir em 2050, contudo há quem pense que por algumas destas reacções já se estarem a manifestar este ponto de irreversibilidade será mais rapidamente atingido aproximando a 2025.
O crescimento exponencial da concentração de CO2 leva proporcionalmente à subida da temperatura atmosférica que por sua vez faz subir a temperatura terrestre, glaciar e oceânica. As recentes subidas de temperatura na zona do Artico estão a provocar o degelo do permafrost ( Tundra do Ártico - Metano a arder ) que há mais de 200 milhões de anos mantém metano (CH4), um gás de efeito de estufa 22X mais potente do que o CO2, ora quanto mais CH4 se liberta para a atmosfera mais esta aquecerá pondo a descoberto áreas imensas que outrora estiveram geladas, a cor branca reflectora dos raios ultra violeta do sol é agora substituída pela negra terra Siberiana, cor que absorve radiação emitindo-a sob a forma de infra-vermelhos aquecendo também a atmosfera. Estes são exemplos do feed back positivo que está já em acção e um outro bastante preocupante deve-se ao aquecimento das águas oceânicas que atingiram um máximo em Junho passado de 17ºC, tal temperatura média nos mares é excessiva a organismos autotróficos que utilizam CO2 como fonte de carbono, actualmente captam cerca de 50% das emissões antropogénicas globais. A temperatura óptima destes organismos ronda os 14ºC e uma vez inexistentes estes tipos de algas e cianobactérias desencadear-se-á mais uma vez o fenómeno da reacção.
Plantar árvores, muitas árvores apresenta-se como uma excelente solução contudo não é contra o CO2 atmosférico porque quando as plantas morrem, carbono sob a forma de CO2 oriundo da potrefacção levada a cabo por organismos decompositores como os fungos. É extremamente errado e enganoso quando empresas optam pela plantação de árvores pretendendo atingir estatutos de zero emissions ou Carbono zero uma vez que não está a ser levado a cabo o verdadeiro sentido de emissões a zero. Há contudo uma enorme vantagem na plantação de árvores pois combatem a desertificação, erosão e acumulam quantidades importantes de água.
O aquecimento global em pouco se faz sentir face à sua tão baixa gama média de valores. Uma subida de apenas 3ºC como pode assim afetar o planeta como os especialistas meteorológicos e ambientalistas afirmam? A verdade está que esta gama esconde valores de picos tanto baixos como altos numa tendência exponencial crescente. As temperaturas oscilarão mais obtendo-se curtos períodos bastante frios assim como períodos quentes.
Como principais características de um aquecimento global tem-se que um aumento da quantidade de CO2 atmosférico provoca desequilíbrios nos ciclos hidrológicos e de carbono provocando todo o tipo de condições adversas. O aumento da temperatura global permite o degelo do ártico tornando as correntes do Atlântico norte mais quentes e menos densas não se misturando com as correntes do sul que também elas já são quentes permitindo inversões de corrente e formação de tempestades muito fortes como o caso do furacão Katrina que absorveu enormes quantidades de água mais quente tornando-se devastador. Com as alterações destes dois ciclos fundamentais à vida as estações do ano mudam passando de Inverno a Verão rapidamente suprimindo-se estações de intercâmbio entre baixas e altas temperaturas, longos períodos de seca contrapõe-se a fortes chuvadas e a Europa tem já sentido fortemente estas situações com os Incêndios da Rússia em    e os fortes nevões que atingiram a Europa central impedindo a afetando milhares de pessoas incluindo o sector de transportes de aviação parando importantes aeroportos como Frankfurt Alemanha e Heathrow Londres.
Gaia está em desequilíbrio mostrando crescentemente estas vertentes sendo necessário agir, optar por medidas de baixo consumo energético, terminar a economia com base no consumo desmedido, apostar na eficiência e verdadeiro zero carbono, apostar no desenvolvimento sustentável e terminar a obsolescência planeada e percebida pertencente à sociedade de consumo.
É possível não atingirmos o ponto de irreversibilidade se os países desenvolvidos mostrarem o caminho da mudança, não tentemos remediar o futuro, a segurança e sustentabilidade aplicam-se pela prevenção.  

terça-feira, 22 de março de 2011

Gaia

A teoria de Gaia mostra o comportamento e evolução do Planeta ao longo destes 3400Ma período ao qual corresponde o aparecimento dos primeiros organismos procariontes na Terra, com a evolução e o aparecimento de oxigénio na atmosfera graças ao fundamental contributo das plantas que permitem a estabilização da atmosfera e dos ciclos de carbono e hidrológicos.
A hipotese de Gaia surge no decorrer dos anos 70 com o cientista James Lovelock originalmente como a teoria do feed back do planeta analisando-o como um todo, um só organismo que se mantém pelos processos físicos, químicos e biológicos interligados.
Assim cada ser vivo desempenha o seu contributo evolutivo e equilibrado como um todo, contudo a população humana está já a atingir os 8000M habitantes em crescimento exponencial e a caminho do colapso. É necessário um controlo populacional uma vez que o consumo Mundial de bens como comida ou água potável está a aumentar face ao já bem presente aquecimento global. A perda de biodiversidade e a destruição de floresta quer por fogos florestais quer por desflorestação para práticas agriculas ou meramente para a expansão e construção civil identificam o crescimento indevido da espécie humana, que poderá ser comparada com o consumo bacteriano de substrato aumentando o número de células exponencialmente até que acabado o substrato dá-se o colapso da população. As alterações climáticas que se fazem sentir reflectem comparativamente às bactérias que consomem o substrato, o produto tóxico final que aniquila a bactéria.
Livremo-nos desta toxicidade passando a uma nova fase de equilíbrio onde todas as espécies possam cohabitar.